sexta-feira, 27 de abril de 2012

STF: CADA VEZ MAIS, UM NOVO STF


Ontem 26 de abril, o Supremo Tribunal Federal voltou a dar mais um vigoroso passo rumo à consolidação definitiva de uma nova imagem jurisdicional. Sobretudo, mais antenada com o clamor popular. Fundamentalmente, o que é perigoso, menos algemada aos ditames da Carga Magna, cuja incolumidade, cabe lembrar, deve por ele ser protegida a ferro e fogo.

O passo, desta vez, consistiu na histórica, e novamente corajosa, decisão, proclamada à unanimidade dos ministros (atente-se bem, unanimidade), de declarar constitucional o sistema de cotas para negros e pardos, assunto que atraiu, desde que veio à baila, acalorada discussão. Venceu, enfim, a polêmica tese de que a sociedade jamais conseguirá, sozinha, isto é, sem intervenções pontuais do poder público, corrigir as graves distorções provocadas por séculos de odiosa escravidão.


E, assim, de passo em passo, o Supremo, embora exercendo, recorrentemente, um protagonismo algo exagerado e abrandando o rigor até de cláusulas pétreas, vai se distanciando, cada vez mais, da vetusta e engessada feição que, a respeito dele, construiu-se ao longo do tempo. Falando em tempo, só ele, como senhor da razão, dirá se esse novo Supremo, com suas indiscutíveis virtudes e seus inescondíveis equívocos, veio, de fato, para ficar.

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