quarta-feira, 9 de maio de 2012

UMA EXORTAÇÃO QUE CHEGA EM BOA HORA


No artigo “A morte de Décio Sá e os desafios da Democracia”, publicado no jornal “O Estado do Maranhão”, edição de domingo último (dia 06 de maio de 2012), destaca-se, pelo certeiro e irretocável diagnóstico, o seguinte trecho:

O brutal assassinato de Décio Sá logo estará no esquecimento, lembrado quando outra vítima ocupar os espaços da mídia e estimular a sensibilidade midiática das autoridades para medidas enérgicas e punições exemplares. Mas, por isso, não lhes levemos apontar o dedo sem perguntar a nós mesmo se temos sido cidadãos, porque, na Democracia, o poder é do povo, que tem liberdade de manifestação, de opção, de fiscalização de ação.”

O autor, doutor Carlos Nina, um dos mais brilhantes advogados do Maranhão, cuja notória inquietação e inconformismo diante das injustiças do dia a dia e dos descalabros institucionais que grassam aqui e alhures transformou-o, aos olhos dos advogados mais jovens, em intransigente defensor do velho e bom Estado Democrático de Direito, convida-nos a todos, com o seu lúcido e oportuno artigo, a uma profunda reflexão sobre tão importante e preocupante tema.

Nas Democracias, ousamos acrescentar ao texto de Carlos Nina, é imperioso o exercício (pleno!) da cidadania, em cujo bojo, obviamente, não há espaço para qualquer tipo de acomodação. O engajamento precisa ser total. Engajamentos pela metade, sabe-se há muito, geram cidadãos pela metade!

Façamos, cada um, portanto, nossa mea culpa, pondo o dedo diretamente na ferida. Independentemente da forma como o jornalista Décio Sá exercia o seu honroso mister, vale dizer, independentemente da nossa opinião sobre  a maneira como ele se conduzia em seu trabalho, o que realmente importa, nesse caso, é que, ao eliminarem-no, pretenderam eliminar um dos pilares fundamentais do Estado Democrático de Direito, que é a liberdade de expressão.


Que a exortação de Carlos Nina cale fundo em nossas consciências e que a ele nos associemos, com o mesmo sentimento de indignação, para que esse caso não caia no esquecimento.

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